sábado, 21 de agosto de 2010

Como uma azeitona!


“Deus está me preparando para um novo tempo, Deus está me ensinando a viver pra Ele cada momento. A tribulação só produz em mim paciência, a solidão nunca vai me roubar a certeza de Sua presença. Deus está me ensinando a viver. Deus está me ensinando a sonhar. Deus está me preparando para ver todas as promessas que eu vou conquistar. Deus está me ensinando a obedecer. Deus está me ensinando a amar e, enquanto eu espero a minha benção, Deus está me ensinando a adorar.”(*)

Ao som dessa linda música da Eyshila eu refletia hoje sobre a adoração diante das dificuldades, já há algumas semanas que eu tenho sentido Deus falando comigo através desse tema, com situações, textos lidos, pessoas, palavras recebidas, acontecimentos diários e até perdas sofridas durante os últimos dias. Especialmente, desde que voltei de viagem eu tenho acompanhado as postagens da Ana Paula Valadão sobre a gravação do CD Diante do Trono 13 intitulado “Aleluia!”, foi concebido num contexto desafiador para a liderança e o ministério DT, entremeado por novas e difíceis experiências para Ana Paula e sua família, em meio uma forte batalha espiritual travada e gloriosamente vencida que e que já está produzindo frutos preciosos, o trabalho apresenta em uma de suas músicas, de autoria da própria Ana, uma declaração certeira para abalar as estruturas do inferno: “Minha rocha não se moverá, Meu coração não vai parar de adorar. Eu vou dançar sobre toda dor, O Senhor deu e o Senhor tomou. Eu vou dançar sobre toda dor, bendito seja o nome do Senhor”. Dançar sobre a dor é uma frase que possivelmente ecoa de forma antagônica e até incoerente para muitos, mas não para os que conhecem de perto Aquele que tem poder para despedaçar e sarar, para fazer a ferida e também para curá-la(Os 6:1), dançar sobre a dor expressa muito da essência de um verdadeiro adorador, o servo que resgata dos momentos dolorosos o combustível para sonhar, guerrear, para lutar e vencer, para adorar. Parece loucura? Sem dúvida que sim, porque a sabedoria de Deus é insana para os homens sem discernimento espiritual, é uma sabedoria oculta em mistério, a Bíblia afirma que o homem natural não pode entender as coisas do Espírito de Deus porque lhe parece loucura (I Co. 2:14).
Diante de tudo isso, lembrei-me do processo de produção artesanal do azeite de oliva. A oliveira floresce na primavera, época em que o fruto começa a se formar para ir amadurecendo, passando da cor verde para a negra, a partir do verão até o final do outono/princípio do inverno é feita sua colheita, quando as azeitonas já estão maduras. As azeitonas colhidas são transportadas para o moinho onde se procede à sua moagem. A moagem é a trituração dos frutos (sem a retirada prévia dos caroços) até formar uma massa oleosa, que pelo método tradicional de produção consiste em amassar cuidadosamente as azeitonas entre duas prensas (ou cilindros) de pedra até reduzir a fruta à polpa, uma espécie de pasta, sem amassar as sementes. Esta polpa é então espalhada sobre esteiras, prensada e peneirada para a extração do azeite, então, à medida que a pressão for aumentando libera-se o azeite e a água de vegetação. Com o tempo, por diferença de densidade, o azeite destaca-se da água e recolhido. Este método é conhecido como “prensagem a frio” e dele resulta o azeite extra-virgem da melhor qualidade.

Essa forma de extração me ensina muito sobre o produto que é extraído de nós nos momentos de dificuldades, de dor, angústia, de frustrações, de incertezas, de inseguranças, medos, momentos de tribulações. Nós somos chamados para frutificar, à medida que nos tornamos mais maduros em nossa caminhada cristã, o Senhor nos permite experiências cada vez mais sólidas para nosso crescimento espiritual, para fortalecer nossa fé e nos ensinar, quanto mais maturidade alcançamos nos aproximamos da medida da estatura de Cristo, a varonilidade perfeita; nesse ínterim, entretanto, o Senhor utiliza as experiências (principalmente as mais difíceis que enfrentamos) para nos dar oportunidades para avançar em grau, para prosseguir no conhecimento, a cada obstáculo ultrapassado, cada etapa vencida Ele molda o nosso caráter.

Com isso entendo que o relacionamento de intimidade com o Pai gera em nós maturidade, é exatamente aí que temos oportunidade de expressar a verdadeira adoração, no momento da colheita. É quando atravessamos a estação da primavera, do verão, passamos de azeitonas verdes para azeitonas pretinhas prontas para colheita. Esse é o momento do confronto, quando pensamos já estar experimentados em situações, aptos, fortes, felizes e até conformados em ser excelentes azeitonas, e chega a hora de descer do pedestal, da plataforma, do orgulho, do eu, do comodismo, de sair da tenda, do conformismo, da zona de conforto, de descer à casa do Oleiro, de ir para a etapa de moagem. Chega o momento da trituração, isso pode ocorrer de várias maneiras, pressões podem emergir de várias formas, mas algo é certo, é o momento mais doloroso, pode ocorrer aí o dilúvio, ou o momento de seca, escassez, tempestades intensas ou até mesmo um forte calor do deserto, nos decepcionamos com pessoas, assistimos planos serem frustrados, projetos que não dão certo, perdemos entes queridos, vivemos dias de provações ou agonia, dos dois lados sentimo-nos prensados, de diversas maneiras passamos por dias de trituração, circunstâncias duras que não são provocados por Deus, mas permitidos por Ele. E pra quê?

Após a moagem, a azeitona agora é uma pasta, ela está contrita, sujeita ao autor do processo de moagem, à Sua disposição, entregue, submissa, vulnerável, sensível, vazia de si mesma, deixou de ser azeitona, mas não acabou. O caroço não é amassado, a essência, a semente de adorador é conservada, a fé não é (e não pode ser) abalada. É quando convencidos de que de nós mesmos não há nada mais a gerar, exclusivamente dependentes do Pai, conservando nossa essência de adoradores, com a fé inabalável, chega a hora de extrair o produto derivado do processo de sofrimento. A polpa é peneirada, na reta final do processo, somos prensados e peneirados, daí num processo milagroso a polpa vai gerando azeite algo novo, precioso, o azeite, nesse momento o azeite não está dissociado da água da vegetação, temos conosco resquícios da água de vegetação, que estava presente lá na azeitona colhida. Mas logo a densidade do azeite prevalece, quando definitivamente o azeite, o melhor produto, um produto novo, a plenitude do Espírito Santo nos enche, nos completa, nos invade, anula a dor, ao ponto de prontos dançarmos sobre ela. Agora podemos transbordar, fluir, adorar! 
Antes de ser preso, Jesus passou momentos de agonia no Getsêmani (ou Jardim das Oliveiras) que ficava ao redor de Jerusalém. O nome Getsêmani significa lagar do azeite, e não é a toa, pois a escolha do local trazia com exatidão o que estava acontecendo com Jesus momentos antes de ser crucificado, quando iria ser sacrificado e esmagado como uma azeitona, com o fim de trazer salvação e permitir aos nascidos da água e do Espírito, receber a presença e virtude do Espírito Santo sobre nossas vidas, que vem sobre nós como azeite precioso, alimentando-nos com a unção que nos capacita a romper em fé diante de toda dor e conservar mesmo nos momentos mais difíceis, a essência de adorador! 
Meu recado pra você é: Não perca sua essência, não deixe de adorar, mesmo em meio a dor. Aceite ser esmagado se preciso for, para que sua adoração seja como o azeite precioso que desce, que cura, que transforma, que converte pranto em riso, pelo poder de Deus.

Um comentário:

  1. Oi Nahh..

    Acabei de ler esse post e fiquei passada.
    Como Deus é incrivel não!? Eu estava pensando sobre isso nos ultimos tempos, e é muito do que tenho dito para as minhas discipulas, e em meio a dor tenho visto guerreiras do Senhor batalhando e adorando independente da situação.. Acho até que esse é um dos segredos espirituais sabia!?

    Já vi que temos muito o que conversar..

    Um grande beijo, e uma ótima semana!

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Obrigada pela visita e participação. Deus te abençõe!