sábado, 12 de maio de 2012

Pérolas na Ostra

"Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e também Deus de longe?(23) Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor. Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor.(24) [...] Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiuça a pedra?(29)"

Comecei a meditar no texto de Jeremias 23 em todo seu contexto e me deparei com esses versículos que saltaram do texto como verdadeira pérola dentro de uma ostra. 
O capítulo começa com uma dura abordagem e exortação acerca dos falsos profetas, uma característica que não era uma verdade exclusivamente contemporânea ao profeta Jeremias, pelo contrário, quando se lê na íntegra percebe-se Deus falando diretamente para os dias de hoje (e de fato está!). Passando os olhos mais adiante, vemos uma afirmação que provém da boca do Senhor.


Em dias de ansiedade, de busca por respostas rápidas muitos cristãos buscam o jeito mais fácil, o caminho mais curto, o atalho para "desvendar" a vontade de Deus.
Todos os dias tomamos decisões e direta ou indiretamente buscamos respostas em todo o tempo, comigo não é diferente; principalmente quando me escondo atrás das 'minhas' vontades, dos 'meus' sonhos, buscando respostas acerca de dúvidas que dividem os pensamentos.
Nesse contexto, a palavra profética de Jeremias evidencia a fortaleza que resiste e subsiste na genuína, pura  e suficiente palavra de Deus como resposta às nossas inquietações. Sua palavra é fonte inescrutável de sabedoria e jamais perde sua atualidade e eficácia, pois origina-se do coração de um ser auto-existente, o  Grande "Eu Sou", que não está ligado a nenhuma estação ou época, pois que Ele mesmo deu início e causa a todas elas. 

O texto afirma que Sua palavra é consumidora como o fogo. E o que significa essa comparação? 
Para responder essa pergunta e estabelecer uma analogia precisei recorrer aos estudos sobre o comportamento do fogo. 


Didaticamente, o fogo ou combustão é conceituado como uma reação química (processo) de oxidação rápida acompanhada pela produção de calor, luz, fumaça e gases em intensidades variáveis. Na figura do tetraedro (quatro faces) que exemplifica e explica a combustão, para cada uma das faces atribui-se um dos elementos essenciais da combustão, portando os quatro elementos essenciais do fogo são o calor, o combustível, o comburente e a reação em cadeia.


O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento de intensidade do calor, os corpos apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas.


Assim é a palavra que procede da boca de Deus, ela é nossa fonte de calor, o próprio salmista afirma: "Lâmpada para meus pés é a Sua palavra e LUZ para o meu caminho." (Salmos 119:105). E o que é a LUZ senão uma fonte de calor?
De fato, à medida que a Sagrada Escritura penetra na mente do homem produz sucessiva modificação em todos os âmbitos, trazendo ardor aos corações e produzindo cura e salvação. Exemplo disso é que, no caminho de Emaús, os discípulos frustrados devido a morte do Seu Redentor, foram reanimados pelo próprio Cristo durante a caminhada e após serem convencidos de que Jesus Ressurreto estivera com eles durante o percurso disseram: "Porventura, não ARDIA EM NÓS o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as ESCRITURAS? (Lucas 24:32)


O combustível é toda a substância capaz de queimar-se e alimentar a combustão. É o elemento que serve de campo de propagação ao fogo.


Em nossas vidas, para que o fogo continue queimando é necessário que haja azeite. Por falta de azeite, 5 virgens imprudentes não participaram das bodas do noivo.
Então, para que os efeitos  da palavra de Deus sejam produzidos e percebidos em nós é necessário que, da mesma forma que um automóvel requer reabastecimento periódico, nós também não podemos permitir que nossas fontes se esgotem e precisamos buscar através da comunhão com os corpo de Cristo, da leitura bíblica constante e do aprendizado da sã doutrina o suprimento de azeite necessário para manter nossa vida espiritual. Propositadamente o salmista afirma: "Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como óleo precioso sobre a cabeça..."(Salmo 133.1-2)


Nossas lâmpadas devem ter combustível suficiente para que não se apaguem.


O comburente é o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O comburente natural para que haja a combustão é o Oxigênio presente no AR. 

O oxigênio é abundante! É vida! É respirar! O Espírito Santo é o oxigênio em nossas vidas! Espirito Santo vem da palavra "pneuma" que significa "ar", "respirar". O nosso relacionamento com o Espírito Santo e seu efetivo habitar dentro de nós é comburente para manter a chama acesa. 



Ocorre que muitas vezes O limitamos e queremos que Ele haja apenas nas reuniões de domingo, nos congressos, nos retiros, nas vigílias e quando chegamos diante da vida diária não há mais comburente para queimar e alimentar a nossa chama. Vivemos momentos maravilhosos na presença de Deus, mas não o permitimos influenciar em nosso dia-a-dia, nos pequenos momentos, nos afazeres cotidianos, na lentidão do trânsito, na faxina na casa, no relacionamento conjugal, na refeição especial, na prova da faculdade, na importante reunião do trabalho, na educação dos filhos, na crise financeira, nos momentos em que estamos longe da igreja, fora dos cultos, em nosso recôndito... 

É o espírito de Deus que nos forja o caráter e ajuda-nos a parecermos com Jesus. Ele é aquele que nos convence de todo pecado, justiça e juízo. O nosso amigo! É Ele quem nos revela as profundezas de Deus e por conseguinte os mistérios da sua palavra.

A comunhão com Espírito de Deus é o comburente essencial para manter a chama acesa.


Por fim, é a reação em cadeia que torna a queima auto-sustentável, autônoma. O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.


A palavra de Deus deve produzir em nós uma reação em cadeia, posto ser necessário contagiarmos os que nos rodeiam, de modo que o Seu poder seja irradiado através de nós e que se renove a cada dia, num processo cíclico, como a queima. 


Essa é a palavra viva de Deus que ao arder em nós, faz com seu calor aquecer nossos corações, falando  ao profundo do nosso ser e fornecendo subsídios para todas as nossas necessidades. Nela reside a resposta  para tudo o que ansiamos saber. Quando os três elementos da combustão estão presentes, ela se faz fogo consumidor e age dentro de nós, pois nisto esconde-se nosso tesouro; ao descobrirmos que temos tudo o que precisamos em Sua palavra revelada e decidirmos aplicar e viver intensamente o que ela determina, é como encontrar pérolas em ostras!


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quando...

Quando o louvor e adoração a Deus substituir a perfeita performance e os shows musicais; 
Quando o altar de renuncia substituir o palco de apresentações; 
Quando a voz profética que clama pelo arrependimento substituir a pregação que clama por holofotes e destaque nas mídias e redes sociais;
Quando a oferta de valor for mais importante do que o valor em dinheiro;
Quando houver mais pastores e menos títulos;
Quando a seara tiver mais obreiros e menos cargos;
Quando a liberdade para o Espirito Santo ocupar o espaço da religiosidade; 
Quando o evangelho puro de amor suplantar a contraditória teologia; 
Quando a humildade substituir a vangloria; 
Quando o coração quebrantado for mais importante do que a aparência; 
Quando Jesus Cristo for o centro e a minha vida apenas apontar para ele... 


Então haverá mais salvação, curas, sinais, milagres, prodígios e maravilhas em nosso meio, 
A verdade será conhecida e produzirá libertação e o mundo efetivamente conhecerá o poder avassalador da Ressurreição!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Tudo é Vaidade!

Vaidade no comprimento da saia, no cumprimento da lei. Vaidade exigindo prosperidade por ser o filho do Rei. Vaidade se achando a igreja da história. Vaidade pentecostal!
Vivendo e correndo atrás do vento, tudo é vaidade.
Vaidade juntando a fé e a vergonha, chamando todos de irmãos. 
Vaidade de quem esconde a verdade, por ter o povo nas mãos. 
Vaidade buscando Deus em si mesmo, querendo fugir da cruz. 
Não crendo e sofrendo, perdendo tempo.
Tudo é vaidade!!!
Falsos chamados apostolados do lado oposto da fé. 
Dinheiro, saúde, felicidade aquele que tem contra aquele que é. 
Rádios, TVs, auditórios lotados ouvindo o evangelho da marcha ré...
A morte se esconde atrás dos templos.
Tudo é vaidade!!!
Aonde está a honra dos orgulhosos?
A sabedoria mora com gente humilde... Liberdade! Liberdade!

Ouvindo essa música hoje me deparei com algo triste mas tremendamente contextualizado com nossa realidade, a morte conduzida pela vaidade tem se escondido atrás dos púlpitos dos templos, uma categoria que resolvi denominar auto-adoradores tem transformado o altar em palco de apresentação. 

Não estou assumindo o papel de crítica de argueiros nos olhos alheios, nem de protagonista de uma nova corrente contra a auto-idolatria nos ministérios de louvor e apostolados. Antes que me atirem pedras ou me acusem de atirá-las, esclareço que não estou levantando bandeiras contra ou a favor desse ou daquela igreja, de um ou outro artista que tem se projetado ou não na mídia, de cd´s, dvd´s gravados em geral, de shows (palavrinha encardida essa para o meio cristão) e eventos dirigidos por ministérios, grupos de louvor ou cantores cristãos. Não é isso!

Meu posicionamento decorre unicamente de meu inconformismo peculiar que alcançou níveis de profunda intolerância e minha repugnância individual diante do que vejo e me enojo, a cada dia mais.

O cerne desse post é o que ocorre dentro das próprias igrejas, atrás dos bastidores ou dos holofotes eclesiásticos  mais reservados, onde a avalanche de modismos tem provocado um caótico resultado naquilo que se dizia dos momentos de adoração nos cultos, transformados em apresentações circenses, em disputas de ego, em competições musicais, em espetáculo de marionetes manipuladas pelo desejo exacerbado de mostrar a que veio, ao invés de apontar para quem lhe deu o dom!

O problema central é a cultura que tem se impregnado nos músicos e líderes da igreja, a cultura do "que diminua Deus para que eu cresça mais e mais"...a cultura da vanglória, da humildade zero, onde o Espírito Santo é mais um convidado a aplaudir.

Mais de Ti, Senhor e menos de mim, esse também é meu clamor.

E não quero assumir papel de acusadora, pois este pertence àquele em quem o mundo jaz. Mas quero sim ser agente transformadora do mundo e do meu próprio meio, através da renovação da minha mente, para que eu experimente e viva a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Vaidade de vaidade, já disse o pregador...